Alone in the Dark – The New Nightmare, considerado por muitos um dos melhores jogos para o portátil. E adiantando um pouco meu veredito, posso afirmar que me surpreendi muito com esse game. A história é bem misteriosa e a narração dos fatos deixa o jogador mais curioso com o avançar. O game foi lançado simultaneamente para Dreamcast, Playstation, PC e para Game Boy Color (sendo essa a única versão que contém uma pequena alteração no início da trama).
E então o telefone toca...
Edward Carnby, o famoso detetive que encabeça a série, tem um novo enigma a decifrar: seu amigo e parceiro Charles Fiske foi assasinado enquanto fazia investigações em Shadow Island. Aline Cedrac, a arqueóloga que contratou Charles para o último serviço, está disposta a ajudar o detetive nas investigações e pôr as mãos em um misteriosa estátua que pode ser a chave de tudo. Mas eles não são os únicos que querem se apossar dessa artefato...
Munido de seu revolver, um walkie-talkie e um rascunho de mapa que não ajuda em muita coisa; Carnby se vê mais um vez em um território que está acostumado a explorar: o desconhecido. Aline, agora na função de parceira, transmitirá algumas informações básicas e lhe ajudará em algumas situações mais específicas. Mas serão as impressões e descobertas de Edward que lhe darão as pistas da direção correta a seguir.
Impressões
O jogo foi feito com desenhos em pixel que “navegam” por ambientes que imitam um fundo 3D, nem sempre há a sensação de profundidade – essa visão/movimentação no começo incomoda muito e requer um pouco de paciência. Quando o jogador avança com Carnby para outra tela, temos a mudança de câmera e um novo cenário nos é exposto. A movimentação do personagem é bem estranha, mas considerando que estamos jogando o mais próximo de um AITD lançado para PC em um portátil, o resultado é satisfatório.
Na maior parte do tempo o jogador coleta pistas, alguns itens como potes de cura e outros utensílios, sendo que o mais importante (na minha opinião) são as balas. A capacidade de tiro das armas é limitada e a quantidade de munição encontrada na ilha também. Aconselho demais a qualquer um que for se aventurar em Alone a treinar muito no começo do game como eliminar as aranhas e os cachorros com poucos tiros (já que estes são fáceis e em pequeno número nesse primeiro instante).
Os momentos de investigação, que correspondem a boa parte da jogatina, são intercalados com a tensão das batalhas – fica a dica: os ataques dos animais e outros seres ficam em locais específicos. Essa quebra no ritmo trás certo receio por parte do jogador ao adentrar uma área desconhecida se o mesmo estiver com pouca munição ou baixa energia vital.
Mas o charme dessa produção são o clima macabro, o desconhecido, as novas descobertas, a história sombria (Carnby conversa com seu colega MORTO através de um espelho, e não, você não leu errado!) e outros elementos que as melhores tramas policiais trazem para nos prender e fazer virar cada página para descobrir mais.
Alguns pontos negativos
Apenas destaco que a qualidade gráfica pode atrapalhar um pouco na movimentação pelos cenários. A Mansão Morton (logo no começo do jogo) contém portas que são facilmente confundidas com paredes – fato que garante uma baita dor de cabeça e muitas voltas pelo casarão. Além das áreas abertas de Shadow Island que não contém indicação nenhuma para onde o jogador deve ir.
A parte sonora é bem fraca e apenas em alguns momentos uma trilha mais tensa é colocada para apimentar uma cena de ação ou dar destaque para os diálogos (cut scenes) do game. Fora isso, destaco que as áres de combate (os locais específicos onde os monstros aparecem) tem movimentação diferente do que é encontrado no resto do game e acertar os inimigos com poucos disparos não é uma tarefa fácil.
Conclusão
O clima sombrio que os acontecimentos vão adquirir com o passar do game deixará qualquer jogador intrigado. Pistas estão espalhadas por todos os lados e vão fazer Carnby percorrer diversos ambientes para montar esse enorme quebra-cabeças – que em sua maioria não são impossíveis de decifrar.
Para os que nunca jogaram um game da franquia, não me arrisco a dizer se essa seria uma boa escolha para estreia no universo da série. Além do mais, dada as devidas restrições técnicas de hardware, o game faz um bom uso da capacidade do portátil. Ainda sim, mesmo com muitas limitações, um gameplay curto e a ausência de músicas (!); uma boa pedida para os que curtem histórias de detetive e o desvendar incessante de enigmas.
Por Game Boy Classics